A Liga Guineense
dos Direitos Humanos vai pedir o apoio de organizações congéneres de países
lusófonos para socorrer sete cidadãos da Guiné-Bissau abandonados num navio de
pesca, num porto da Guiné Equatorial, disse hoje à Lusa um responsável da
organização.
Augusto Mário da
Silva, vice-presidente da Liga, disse à Lusa que a organização vai entrar em
contacto com organizações de defesa dos Direitos Humanos de Angola, Portugal e
Moçambique para que intercedam a favor dos guineenses apanhados no meio de
desentendimentos de sócios da empresa que os contratou há mais de dois anos
para pesca em alto mar.
O vice-presidente
da Liga Guineense dos Direitos Humanos adiantou à Lusa que a sua organização
foi contactada por um elemento que se encontrava na Guiné Equatorial e que,
juntamente com outro colega, decidiu voltar para casa "com meios
próprios".
Instado sobre que
diligências a Liga poderá fazer para ajudar a resolver a situação dos
guineenses retidos na cidade de Luba, Augusto Mário da Silva disse ser difícil
à organização, por si só, fazer algo.
"A Guiné
Equatorial é um país que não respeita tanto os direitos fundamentais: há poucas
organizações de defesa e promoção dos Direitos Humanos na Guiné Equatorial,
provavelmente as que lá existem não têm relações connosco, é extremamente
difícil agir nessas circunstâncias", notou Mário da Silva, apontando como
outra saída a cooperação no espaço da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP).
"Como agora a
Guiné-Equatorial é membro da CPLP, é possível mobilizar as organizações de
defesa dos direitos humanos de outros países da comunidade sobre a situação dos
nossos concidadãos", frisou o responsável da Liga Guineense dos Direitos
Humanos.
Augusto Mário Da Silva Vice-presidente
da LGDH
Paralelamente, a
Liga vai instar "ainda esta semana" o ministério dos Negócios
Estrangeiros e Comunidades a tomar medidas "urgentes e eficazes" para
possibilitar o retorno à casa aos cidadãos retidos na Guiné-Equatorial.
O vice-presidente
da Liga Guineense dos Direitos Humanos quer que as organizações congéneres do
espaço lusófono intercedam junto das autoridades de Malabo sobre a situação do
dia-a-dia dos sete retidos num navio.
Por outro lado,
pretendem mobilizar o Governo de Bissau para os trazer de volta para o país e
que posteriormente patrocine, se for caso disso, uma ação judicial para que
possam reaver o dinheiro que a empresa de pesca lhes deve.