Oito agentes da Polícia de Ordem Pública da Guiné-Bissau estão detidos
nas celas da Policia Judiciaria por suspeita de participação direta no
assassínio de um homem que tinha sido detido por furto, disse hoje à Lusa fonte
policial.
Os agentes
deverão ser ouvidos pelo Ministério Público nos próximos dias, indicou a fonte
da Polícia Judiciária (PJ), acrescentando que os mesmos já foram inquiridos num
processo interno aberto pelo Ministério do Interior.
O caso foi
denunciado na sexta-feira pela Liga Guineense dos Direitos Humanos: Sadjo
Baldé, guineense de 34 anos, teria sido torturado até à morte na sétima
esquadra de Bissau, na noite de 22 de janeiro. O homem tinha sido detido por
furto, após queixa apresentada pela família.
Augusto
Mário da Silva, presidente da Liga, também espera ver o Ministério do Interior
a encetar as diligências administrativas contra os agentes suspeitos. "É
preciso um processo de inquérito interno que possa levar até à expulsão dos
culpados", observou o dirigente da Liga, que defende "mão dura do
Estado" para desencorajar o que diz ser prática recorrente em certas
esquadras do país.
Afirmou
ainda que a LGDH "irá até as ultimas consequências" para que os
autores do crime sejam identificados e castigados.
"A
polícia tem que saber de uma vez por todas que existe para proteger os
cidadãos", defendeu Augusto da Silva, satisfeito com o facto de os agentes
terem sido levados sob custódia para as celas da PJ.