26 de março de 2015

A LGDH ESTÁ PREOCUPADA COM A SITUAҪAO DOS SETE CIDADAOS GUINEENSES ABANDONADOS NA GUINĖ-EQUATORIAL



A Liga Guineense dos Direitos Humanos vai pedir o apoio de organizações congéneres de países lusófonos para socorrer sete cidadãos da Guiné-Bissau abandonados num navio de pesca, num porto da Guiné Equatorial, disse hoje à Lusa um responsável da organização.

Augusto Mário da Silva, vice-presidente da Liga, disse à Lusa que a organização vai entrar em contacto com organizações de defesa dos Direitos Humanos de Angola, Portugal e Moçambique para que intercedam a favor dos guineenses apanhados no meio de desentendimentos de sócios da empresa que os contratou há mais de dois anos para pesca em alto mar.

O vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos adiantou à Lusa que a sua organização foi contactada por um elemento que se encontrava na Guiné Equatorial e que, juntamente com outro colega, decidiu voltar para casa "com meios próprios".
Instado sobre que diligências a Liga poderá fazer para ajudar a resolver a situação dos guineenses retidos na cidade de Luba, Augusto Mário da Silva disse ser difícil à organização, por si só, fazer algo.

"A Guiné Equatorial é um país que não respeita tanto os direitos fundamentais: há poucas organizações de defesa e promoção dos Direitos Humanos na Guiné Equatorial, provavelmente as que lá existem não têm relações connosco, é extremamente difícil agir nessas circunstâncias", notou Mário da Silva, apontando como outra saída a cooperação no espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"Como agora a Guiné-Equatorial é membro da CPLP, é possível mobilizar as organizações de defesa dos direitos humanos de outros países da comunidade sobre a situação dos nossos concidadãos", frisou o responsável da Liga Guineense dos Direitos Humanos.



                                      Augusto Mário Da Silva Vice-presidente da LGDH


Paralelamente, a Liga vai instar "ainda esta semana" o ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades a tomar medidas "urgentes e eficazes" para possibilitar o retorno à casa aos cidadãos retidos na Guiné-Equatorial.

O vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos quer que as organizações congéneres do espaço lusófono intercedam junto das autoridades de Malabo sobre a situação do dia-a-dia dos sete retidos num navio.

Por outro lado, pretendem mobilizar o Governo de Bissau para os trazer de volta para o país e que posteriormente patrocine, se for caso disso, uma ação judicial para que possam reaver o dinheiro que a empresa de pesca lhes deve.