12 de setembro de 2024

CENTENÁRIO DE AMILCAR CABRAL - HOMENAGEM DA LGDH

Amilcar Cabral: 12.09.1924 - 12.09.2024
Se estivesse vivo, o líder da luta pelas independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde faria, hoje, 100 anos de idade. Amílcar Cabral dedicou toda a sua vida na luta contra o colonialismo, o imperialismo e todas as formas de opressão.
Para Amilcar Cabral, os desígnios da luta de libertação só fariam sentido se o nosso povo vivesse, na sua terra, em liberdade, na paz e com dignidade, isto é, no progresso construído por ele mesmo (o povo).

O seu compromisso com a dignidade humana incitou-lhe a consentir sacrifícios para hoje termos um país e uma nação em construção.

Porém, 51 anos após o seu bárbaro assassinato, crianças da Guiné-Bissau ainda morrem por falta de assistência médica e de medicamentos básicos; a educação de qualidade continua uma miragem; e o povo se vê privado de opinar, de se manifestar pelos seus direitos, ao mesmo tempo que as desigualdades e as injustiças sociais se normalizam a cada dia.
O Estado falhou na sua missão de construção do progresso para os guineenses.
Amílcar Cabral sempre!


6 de setembro de 2024

LANÇAMENTO DE CONVITES À APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS


O projeto, Fortalecimento das OSC para a Boa Governação e Desenvolvimento na Guiné-Bissau “Boa Governação”, financiado pela Delegação da União Europeia (DUE), na Guiné-Bissau, implementado no âmbito da parceria entre o Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF) e a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH).

Comunica a todas as Organizações da Sociedade Civil (OSC) e pessoas interessadas de que foi lançado no dia 05/09/2024, os convites para apresentação de propostas de financiamento.
Os documentos estão disponíveis em: https://www.imvf.org/project/boa-governacao/
No qual encontraram os seguintes documentos e respetivos anexos:

Subvenção de funcionamento das estruturas de OSC
Subvenção temática MIP
Fundo de Desenvolvimento Municipal (FDL) 
Para mais detalhes vide o Comunicado de imprensa


4 de setembro de 2024

CARTA ABERTA AO VENERANDO JUÍZ CONSELHEIRO DR. LIMA ANDRÉ VICE-PRESIDENTE DO STJ

Distinto Venerando,

Os nossos melhores e respeitosos cumprimentos, 

Dirijo-me a si por imperativo da defesa difusa da Constituição para lhe dar a conhecer em primeira mão, a apreensão que faz eco no seio dos guineenses acerca do estado da justiça na Guiné-Bissau. 

A Constituição da República reserva aos tribunais a competência para administrar a justiça em nome do povo. Em consequência, confere aos tribunais e juízes, a nobre tarefa de assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos e cidadãs, dirimir os conflitos de natureza pública e privada e garantir o respeito da legalidade democrática com total independência, transparência e imparcialidade.

Paradoxalmente, os guineenses têm assistido com estranheza e indignação à manipulação do poder judicial com maior incidência sobre o Supremo Tribunal da Justiça, que é transformado numa arma de arremesso contra os adversários políticos. Esta postura antagónica do Supremo Tribunal de Justiça evidencia de um lado, a erosão progressiva do princípio de separação de poderes, e por outro lado, constitui uma ameaça séria às conquistas democráticas na Guiné-Bissau. 

Importa assinalar que em virtude das interferências sistemáticas do poder político na administração da justiça, o Supremo Tribunal da Justiça transformou-se num instrumento eficaz e privilegiado para arruinar os principais partidos políticos legalmente constituídos, no âmbito da implementação de um tenebroso e autoritário estratagema, engendrado a mais alto nível, para erradicar o pluralismo político na Guiné-Bissau.

Os primeiros passos destas ações ilegais e absolutamente alheios aos interesses do povo guineense, iniciaram-se com a suspensão ilegal do Presidente do Supremo Tribunal da Justiça Dr. José Pedro Sambú no dia 19 de Outubro de 2023. Este golpe institucional foi consumado com recurso às milícias armadas que assaltaram as instalações do Supremo Tribunal de Justiça no dia 03 de Novembro de 2023, obrigando a renúncia coerciva do Presidente deste órgão máximo da hierarquia dos tribunais.

Após a ocupação ilegal das funções do Presidente do STJ, o Venerando Juiz Conselheiro e Vice-Presidente deste órgão, Dr. Lima André, em condescendência com o regime político instalado, não se tem poupado em meios e esforços para minar a credibilidade da justiça e, por conseguinte, corroer os requisitos da certeza e segurança jurídicas nas sentenças e acórdãos dos tribunais da Guiné-Bissau, através de práticas reiteradas de atos ilegais, senão vejamos:

1. As demissões ilegais, abusivas e arbitrárias de dois Juízes Conselheiros;

2. As aposentações compulsivas e suspensões ilegais de Juízes Desembargadores e de Direito;

3. O afastamento abusivo e arbitrário de 4 representantes da ANP junto do Conselho Superior da Magistratura Judicial, através de um Despacho ilegal e inconstitucional;

4. A Paralisação completa da Plenária do STJ e do Conselho Superior da Magistratura Judicial;

5. As Perseguições permanentes dos juízes que recusam aderir as suas estratégias golpistas e ilegais;

6. As Anotações ilegais dos órgãos sociais dos partidos políticos, resultantes de reuniões contrárias aos respetivos estatutos;

7. A Destruição dos princípios de separação de poderes e da independência dos juízes; 

8. A Transformação do STJ num Quartel-General de conspirações e de subversão da democracia e do Estado de Direito.

Para mais detalhes, leia na íntegra a Carta Aberta