Tolerância: Pilar da paz e da democracia na Guiné-Bissau
O Dia Internacional para a Tolerância, assinalado hoje, dia 16 de novembro, foi proclamado pela UNESCO em 1995, com o propósito de promover o respeito, o diálogo e a convivência pacífica entre povos e culturas. Esta data convida-nos a pensar sobre o papel que cada um pode desempenhar na construção de uma sociedade mais justa, solidária e pacífica.
Na Guiné-Bissau, país de enorme diversidade étnica, linguística e religiosa, a tolerância assume uma importância especial. A convivência entre diferentes comunidades, tradições e formas de ver o mundo é uma das maiores riquezas do país, mas também um desafio constante. O respeito mútuo, o diálogo e a compreensão entre todos os guineenses são fundamentais para reforçar a paz e a coesão social.
Nos últimos anos, porém, a intolerância política e social, agravada pela disseminação de discursos de ódio, tem vindo a afrontar a nossa coesão nacional. Este fenómeno ameaça os valores democráticos, a estabilidade e o sentimento de pertença comum que sustentam a nossa sociedade. É, por isso, urgente reafirmar o compromisso com o respeito, a escuta e a convivência pacífica, combatendo toda forma de exclusão, preconceito ou violência.
O discurso de ódio é a expressão mais visível e perigosa da intolerância. Quando a palavra se transforma em arma, alimenta o medo, semeia divisões e desumaniza o outro. O ódio verbal, repetido e amplificado, prepara terreno para a violência real contra indivíduos, comunidades e instituições. Combater o discurso de ódio não é apenas defender a liberdade e a dignidade humanas, é proteger a própria essência da convivência democrática e da paz social.
Brevemente, a LGDH, com o apoio dos seus parceiros internacionais, irá divulgar um relatório sobre o discurso de ódio online e offline na Guiné-Bissau. Trata-se de um trabalho minucioso de monitorização das redes sociais, dos espaços públicos e das rádios, que visa compreender a dimensão do problema e sensibilizar a sociedade para os riscos que este tipo de discurso representa para a paz, a democracia e a convivência cidadã.
Ser tolerante não significa aceitar injustiças ou calar perante a violência, mas reconhecer o direito de cada pessoa a viver de acordo com a sua identidade, as suas crenças e as suas convicções. A tolerância constrói-se com educação, empatia e abertura de espírito, valores essenciais para ultrapassar divisões e fortalecer a unidade nacional.
Neste Dia Internacional para a tolerância, é importante lembrar que a paz começa em cada gesto, em cada palavra e em cada escolha. A verdadeira força de uma nação está na sua capacidade de respeitar as diferenças e valorizar o que une o seu povo.
Hoje, a LGDH lança um apelo veemente a todos os guineenses: rejeitem, sem hesitação, qualquer forma de intolerância e recusem o discurso de segregação étnica, religiosa ou social. Nenhuma nação pode prosperar quando os seus cidadãos são divididos pelo ódio ou pela discriminação. A unidade na diversidade é a maior força da Guiné-Bissau, e cabe a cada um de nós defendê-la com coragem, consciência e compromisso.
A intolerância corrói as bases da democracia, enfraquece o Estado de Direito e põe em causa os direitos humanos, ameaçando o futuro de todos nós.
A LGDH reafirma o seu inabalável compromisso com os valores da tolerância, da diversidade, da igualdade de oportunidades e do Estado de Direito, pilares essenciais para a construção de uma Guiné-Bissau mais justa, livre e pacífica.




