A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) deu hoje início a uma formação destinada a reforçar as capacidades das Organizações da Sociedade Civil (OSC) na monitorização do discurso de ódio, tanto online como offline.
A iniciativa integra o projeto “Estabilização e Reforma Política através da Construção de Confiança e do Diálogo Inclusivo”, financiado pelo Fundo das Nações Unidas para a Consolidação da Paz, através da UNESCO.
Mais de 50 participantes incluindo mulheres, jovens e pessoas com deficiência marcaram presença. A sessão de abertura contou com intervenções da vice-presidente da LGDH, Claudina Viegas; a Coordenadora Residente interina da ONU na Guiné-Bissau, Zalha Assouman; e do diretor-geral da Política da Justiça, Degol Mendes, em representação da Ministra da Justiça e dos Direitos Humanos.
Na sua intervenção, Claudina Viegas alertou para o impacto global e nacional do discurso de ódio, classificando-o como “uma arma silenciosa, mas letal, que mina a coesão social, fomenta a desconfiança e, muitas vezes, antecede a violência física”.
Referindo-se ao contexto guineense, sublinhou que “o país ainda enfrenta fragilidades próprias de uma sociedade em processo de consolidação democrática e reconciliação social, onde o discurso de ódio encontra terreno fértil para se espalhar, tanto nas ruas como nas redes sociais”.
A dirigente da LGDH frisou ainda que, embora essenciais para a liberdade de expressão, as plataformas digitais “têm sido usadas para amplificar mensagens que incitam à discriminação, à polarização e ao ódio”.
O projeto, que envolve várias agências das Nações Unidas, pretende contribuir para a estabilidade política, o diálogo inclusivo e a promoção de uma cultura de paz na Guiné-Bissau. A segunda etapa deste processo de reforço de capacidades decorrerá numa das regiões do país e contará com a participação de 60 pessoas.