Os mass media informam o público através de notícias devidamente contextualizadas, abrangendo várias áreas, incluindo a política, designadamente durante períodos eleitorais. A Guiné-Bissau prepara-se para encetar a campanha eleitoral relativa às eleições legislativas marcadas para 4 de junho de 2023.
Nesse período vemos por vezes a utilização de discursos de ódio, o recurso às divisões étnicas e religiosas a nível discursivo o que pode perigar a convivência pacífica. Acresce que os media desenvolvem também um papel de vigilância e combate à desinformação, designadamente contra os perigos que ameaçam a estabilidade política e a coesão social, como é o caso do radicalismo e do extremismo violento.
Assim, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social, o Observatório da Paz – Nô Cudji Paz promove nos dias 11 a 12 de maio de 2023, na Casa dos Direitos em Bissau, uma ação de reforço de capacidades destinada aos jornalistas de diferentes órgãos de comunicação social de todo o país, no domínio da Prevenção do Radicalismo e Extremismo Violento (PREV).
Durante a formação de dois dias serão abordados os temas da liberdade de imprensa, a questão do uso de discurso de ódio em política, noções gerais sobre o radicalismo e o extremismo violento e as suas consequências, nomeadamente a partir dos casos dos países vizinhos. Será debatido o papel dos órgãos de comunicação social na consolidação da paz e da coesão nacional. Os jornalistas terão oportunidade de obter informação sobre evidências de manifestações de radicalismo e extremismo violento na Guiné-Bissau e a dimensão de género na PREV. A formação pretende dotar os profissionais da comunicação social com conhecimentos e técnicas de deteção dos sinais de radicalização e extremismo violento de modo a encorajar o debate em torno da pertinência da criação de uma rede de jornalistas para a prevenção deste fenómeno a nível nacional.
O Observatório da Paz – Nô Cudji Paz é uma iniciativa do Instituto Marquês Valle de Flôr (IMVF) e da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), com o apoio e financiamento da União Europeia e cofinanciamento do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. Pretende contribuir para o diálogo, promoção da paz e prevenção da radicalização e do extremismo violento na Guiné-Bissau através do reforço da participação, trabalho em rede e estabelecimento de parcerias estratégicas entre as Organizações da Sociedade Civil e outros atores sociais e políticos.