O ciclo vicioso da
instabilidade política na Guiné-Bissau tem sido apontado como um dos
responsáveis pela degradação económica e social do país.
Desde a abertura ao
pluralismo democrático e consequente realização das primeiras eleições gerais
em 1994, nenhuma legislatura chegou ao fim e nenhum Presidente da república
concluiu o seu mandato. Por conseguinte, foram-se somando crises cíclicas
traduzidas em sucessivos golpes de estados, assassinatos políticos, enfim,
violações sistemáticas dos direitos humanos.
As ultimas eleições
presidenciais e legislativas de 2014, que elegeu o atual poder político, abriu
novos horizontes e novas esperanças ao povo guineense em reencontrar com o seu
próprio destino e almejar o direito ao progresso e bem estar social.
Infelizmente, mal tomaram
posse, os titulares dos órgãos de soberania mergulharam de novo o país em
crises de relacionamento interpessoal, minando seriamente os incomensuráveis
esforços que a comunidade tem feito para a ajudar o país em relançar ao caminho
do desenvolvimento sustentado.
No meio destas
encruzilhadas e de tensões politicas, a LGDH acionou sempre os mecanismos
proactivos que de certa forma contribuíram para
a atenuação dos efeitos nefastos de tais crises.
Com o eclodir desta nova
crise em curso, a LGDH deixou claro a sua posição á sua excelência Sr.
Presidente da República Dr. José Mário Vaz através de uma audiência que manteve
com a Direção da organização no passado dia 6 de Agosto 2015, e que se resume
no seguinte:
1.
A
LGDH mantem total confiança à Sua Excelência Sr. Presidente da República no
sentido de que irá, no quadro da sua função do garante da unidade nacional,
velar pela estabilidade, paz e defesa
dos interesses superiores do país.
2.
Se
por ventura a sua Excelência Sr. Presidente da República decidir enveredar pelo
caminho da instabilidade pondo em causa a paz e as legitimas expectativas do
povo Guineense terá uma forte oposição desta organização em parceria com
outras forças vivas da nação.
A Guiné-Bissau não pode
continuar refém dos interesses políticos ou partidários de determinado grupo de
pessoas, chegou o momento de os cidadãos de forma cívica e ordeira, dizer BASTA
a instabilidade.
os movimentos cívicos em
curso nos últimos tempos na Guiné-Bissau lançam duas importantes mensagens à
toda a classe política em geral:
Ø
Os
Guineenses jamais compactuarão com golpes políticos que poem em causa a paz e
estabilidade e o direito legitimo de viver condignamente tal como outros povos
do mundo.
Ø
Os
Guineenses declaram tolerância zero à impunidade, seja quem for, governante ou
cidadão comum, se estiver envolvido em atos criminosos será responsabilizado
política e criminalmente.
Pela Paz, Justiça e Direitos Humanos