18 de outubro de 2016

LIGA GUINEENSE DOS DIREITOS HUMANOS EXIGE FECHO CENTRO DE DETENÇÃO DA PJ



O centro de detenção da Polícia Judiciária, em Bissau, "não tem condições para continuar a acolher detidos", alerta o presidente da Liga dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva. Daqui fugiram 24 presos no domingo.

O centro de detenção da Polícia Judiciária (PJ), junto ao Mercado do Bandim, no centro da capital guineense, só tem capacidade para receber 25 pessoas, mas atualmente acolhe mais de 90 detidos.

O sistema de esgoto está danificado e os reclusos são obrigados a suportar o mau cheiro e a humidade, num espaço pequeno e sem as mínimas condições, onde a casa de banho não funciona, denuncia a Liga Guineense dos Direitos Humanos, que classifica o centro como "desumano".

"Isto é um anexo. A altura do centro é menos de três metros, o que torna o interior do centro muito quente. Mesmo pela janela do lado de fora sente-se a temperatura que sai do interior da sala", critica o presidente da organização, Augusto Mário da Silva, que esta terça-feira visitou o centro de detenção.

Nenhum dos reclusos vestia sequer uma camisa, por causa da elevada humidade que se faz sentir no interior da cela. Durante a deslocação, um dos detidos chegou a urinar dentro da cela.

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos exige o encerramento imediato do centro de detenção de reclusos do Bandim e exorta as autoridades judiciais do país a encontrar uma solução  que garanta o mínimo de dignidade aos reclusos.

"Compreendemos as fragilidades do nosso Estado, mas também faz parte da politica criminal criar condições de detenção para as pessoas", sublinha. "Não podemos pensar em ter justiça eficaz se não temos espaços para albergar os reclusos. As pessoas detidas têm de ser tratadas com dignidade na base das leis".

No último domingo, um grupo de 24 detidos fugiu deste centro de detenção. Nove deles foram condenados por crimes de sangue. Para escapar das celas, usaram escovas de dentes afiadas para ferir os guardas. 

os prisionaeiros que se evadiram são pessoas acusadas da prática de crimes de sangue, crimes hediondos, que podem poder em causa a paz social que se vive em Bissau. Só o facto de saber que essas pessoas se evadiram da prisão e estão a monte perturba as pessoas em casa incluindo os profissionais da polícia judiciária e magistrados judiciais. Por isso a LGDH exige recaptura imedita desses suspeitos alguns já condenados para fazer o cidadão comum acreditar na ordem jurídica.


A LGDH está a trabalhar neste momento com os seus parceiros internacionais com vista a desencadear intervenções pontuais tendentes a melhoria das condições de alguns centros de detenções no país incluindo o da PJ.