Desde 2015, a Transparência Internacional, uma organização que monitoriza os índices de corrupção ao nivel mundial, tem classificado a Guiné-Bissau na lista de 5 países mais corruptos do mundo.
Este rótulo que mancha a credibilidade do estado guineense, levanta o véu sobre a verdadeira dimensão da prática de corrupção na Guiné-Bissau.
A corrupção, a espoliação de recursos públicos e a colocação ilícita de riqueza no estrangeiro constituem, no seu conjunto, um problema cuja magnitude não deve ser menorizada em comparação com as formas mais visíveis e directas – mais brutais de violência política e militar que assolou o país desde a sua independência.
A situação é gritante e tanto quanto insustentável, na justa medida medida em que, as instituições que por lei, estão incumbidas a responsabilidade de perseguir e punir os infractores, renunciaram simplesmente esta missão.
O sistema judiciário no seu todo, foi tomada de assalto por redes criminosas de corrupção. Hoje, a incerteza, a insegurança jurídica, a desordem, e a injustiça tomaram conta da sociedade guineense.
Roubam ostensivamente o erário público sem que ninguém os incomodasse. Quando se tenta questionar as origens dos bens ilicitamente adquiridos, tocam falsos alarmes de perseguição política. A Guiné-Bissau sim, é um país de impunidade.
Que país é este, onde os medicamentos doados pelos parceiros internacionais são desviados para fins privados? E, por conseguinte, a pior desgraça que pode acontecer com um guineense, é adoecer neste país.
Que país é este onde a esmagadora maioria dos alunos que concluem o 12º ano de escolaridade, não sabem se quer, formular corretamente uma frase?
Que país é este cuja esmagadora maioria da população vive no limiar de pobreza, mas cujos dirigentes se auto atribuem salários e subsídios vergonhosos?
Enfim, a lista de interrogações são extensas, tendo em consideração inúmeros e injustificados problemas que o país enfrenta.
Enquanto a corrupção e impunidade prevalecer, dificilmente os guineenses concretizarão os sonhos de desenvolvimento e viver em paz sustentável.
Esta triste realidade tem de mudar, mas a mudança não cairá ao de cima.