5 de fevereiro de 2014

JORNALISTA ANTONIO ALY SILVA SOLICITA O APOIO DA LGDH PARA REGRESSAR AO PAIS

Exmo. Sr
Luis Vaz Martins
Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos
Praia, Cabo Verde, Fevereiro de 2014
ASSUNTO: Regresso ao país do cidadão António Aly Silva
Exmo. Sr. Luis Vaz Martins,
Desde outubro de 2012 que abandonei o meu País em virtude de ameaças contra a minha vida, isto depois de, na sequência do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, ter sido espancado, detido e desapossado de todos os meus materiais de trabalho, sem que alguma vez alguém tivesse sido responsabilizado pelas violações dos meus direitos de cidadão e de jornalista profissional.
Desde a minha recambolesca fuga, já vivi em Dakar - onde cheguei a ser perseguido, depois fui para Lisboa e finalmente vim para Cabo Verde, onde resido desde há quatro meses, com todas as dificuldades inerentes a quem é obrigado a viver fora do seu País – o exílio não  é, decididamente,  pátria que convém a ninguém.
Sr. Presidente,
Sirvo-me da presente carta de manifesto de intenção para solicitar os bons ofícios da insuspeita organização que V. dirige – a Liga Guineense dos Direitos Humanos, a fim de interceder junto das demais organizações e parceiros bi e multi-laterais da Guiné-Bissau, a saber:
ONU, EU, UA, CPLP, CEDEAO, para além das autoridades de facto da Guiné-Bissau – Assembleia Nacional Popular e todos os grupos parlamentares, a Procuradoria-Geral da República - a fim de sensibilizá-los para a iminência do meu regresso à Guiné-Bissau, a minha Pátria.
Muito me sensibilizaria se a LGDH fizesse chegar este meu apelo a toda a imprensa nacional, ao Povo da Guiné-Bissau, e faça chegar uma cópia junto de cada uma das organizações supracitadas.
Sem mais de momento, queira aceitar Sr. Presidente os protestos da mais elevada estima e votos de prosperidade na senda do progresso da Liga Guineense dos Direitos Humanos contra todos os tipos de violações dos direitos dos cidadãos da República da Guiné-Bissau.
Sou com consideração,
António Aly Silva
Jornalista
OBS: A LGDH no comprimento da sua missão de promoção e defesa dos direitos humanos na Guiné-Bissau, já reencaminhou ainda hoje a carta de Aly Silva para as entidades referênciadas nomedamente UNIOGBIS, União Europeia, União Africana, CEDEAO, CPLP e os orgãos de comunicação social,  solicitando-as a apoiarem o regresso de todos os cidadãos guineenses que se encontram no estrangeiro por motivos políticos, em prol da paz e reconciliação nacional. O direito de todos os cidadãos viverem livremente na Guiné é constitucional, por conseguinte, ninguem o pode pôr em causa sem fundamentos legais.